7 de fevereiro de 2012

É Proibido Nascer

Enquanto em Petrolina, na Bahia, o prefeito baixou um decreto proibindo qualquer cidadão a morrer por falta de espaço no único cemitério local, em João Monlevade, cidade de 74 mil habitantes e distante á 110 km da capital mineira, foi “terminantemente proibido” o nascimento de qualquer criança. Todas as mulheres grávidas e que já estão prestes á dar a luz estão sendo transportadas para Belo Horizonte ou para municípios da região. O “fenômeno” que não chega a ser uma imposição, mas apenas uma orientação, teve início depois que o único hospital da cidade, o Hospital Margarida, acabou com o plantão de pediatria. “Sem o pediatra, fica praticamente impossível a realização de um parto na cidade”, garante um profissional da saúde. No último final de semana uma jovem preste a dar a luz, e após uma verdadeira via-sacra onde “mendigou” sem êxito a presença de um pediatra no Hospital Margarida, foi obrigada a se arriscar pela Rodovia da Morte (BR-381) para dar a luz em um hospital de Belo Horizonte. O interessante é que essa paciente tem plano de saúde, que acabou sendo ignorado pelo hospital monlevadense. A jovem não foi a única a arriscar a própria vida para gerar outra vida. Naquele mesmo dia outras “vítimas do Margarida” também foram despejadas em hospitais da capital. Recentemente o Hospital Margarida promoveu uma “festa de arromba” para homenagear políticos de vários naipes, desde municipal, estadual e até da esfera federal. “Fundamental é dar continuidade ás melhorias do hospital e seu atendimento. Diferente de cargos, do lugar que estivermos, é importante nosso compromisso com essa instituição”, blefou um velho conhecido da política local. Sob a regência do provedor Lucien Marques, PSDB, pré-candidato a prefeito de João Monlevade, o Hospital Margarida está agonizando. Além da falta de médicos, alguns poucos que ainda insistem em manter as portas abertas, ficam até quatro meses sem salários. “Além de salários atrasados, falta diálogo do provedor Lucien e seus diretores com o quadro de funcionários do hospital”, reclama uma funcionária. Apesar de não conseguir contornar a crise que se instalou naquele hospital, o provedor Lucien Marques insiste em continuar á frente do Margarida.

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