24 de junho de 2011

O Brasileiro é Otário

Caro José Geraldo,


Gostaria de parabenizá-lo pelo blog e pela sua coragem, tão em extinção nos chamados dias modernos. Estou enviando-lhe um artigo, e caso seja de seu interesse, gostaria que publicasse para conhecimento de seus leitores.

Outro dia, entrei num supermercado para comprar orégano e adquiri uma embalagem do produto, contendo 3 gramas, ao preço de R$ 1,99. Normalmente esse tipo de produto é vendido nos supermercados em embalagens que variam de 3 a 10 gramas. Cheguei em casa e resolvi fazer os cálculos e constatei que estava pagando R$ 663,33 pelo quilo do produto. Será que uma especiaria vale tudo isso? Normalmente esse tipo de produto é vendido nos supermercados em embalagens. Agora, com mais exemplo de produtos vendidos em pequenas porções, fico com a sensação que as indústrias se utilizam “espertamente” desse procedimento para desorientar o consumidor, que perde totalmente a percepção real do valor que está pagando pelos produtos. Acho que todos os fabricantes e comerciantes deveriam ser obrigados por lei (mais uma?) a estamparem em locais visíveis, os valores em kg, em metro, em litro, etc. de todos e quaisquer mercadorias com embalagens inferiores aos seus padrões de referências. Entendo que todo consumidor tem o sagrado direito de ter a percepção correta e transparente do valor cobrado pelos fabricantes e comerciantes em seus produtos. Vejam o absurdo: Você sabe quanto custa um litro de tinta de impressora? Não? Pois bem, um litro de tinta de impressora custa a bagatela de 13.575,00. Isso mesmo, treze mil quinhentos e setenta e cinco reais. Você já tinha feito esse cálculo? Veja o que estão fazendo conosco. Já nos acostumamos aos roubos e furtos, e ninguém reclama mais. Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jato de tinta, as impressoras matriciais domésticas foram descartadas, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade das novas impressoras. Aí, veio a “Grande Sacada” dos fabricantes: Oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais que a própria impressora. Olhe só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos.

Veja este exemplo: uma HP DJ3845 é vendida, nas principais lojas, por aproximadamente R$ 170,00. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido) fica em torno de R$ 130,00. Daí, você vende a sua impressora semi-nova, sem os cartuchos, por uns R$ 90,00 (para vender rápido). Junta mais R$ 80,00 e compra uma nova impressora e com cartuchos originais de fábrica. Os fabricantes fingem que nem é com eles; dizem que é caro por ser “tecnologia de ponta”. Para piorar, de uns tempos para cá passaram a diminuir a quantidade de tinta (mantendo o mesmo preço). Um cartucho HP, com míseros 10 ml de tinta, custa R$ 55,99. Isso dá R$ 5.59 por mililitro. Só para comparação, a espumante “Veuve Clicquotcity Travelle custa, por mililitro, R$ 1,29. Só acrescentando: as impressoras HP 1410, HP J3680 e HP 3920, que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 ml de tinta! A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, o cartucho 26, com 5,5ml de tinta colorida, por R$ 75,00. Fazendo as contas, o litro da referida tinta não sai por menos de R$ 13.636,00. Com esse valor podemos comprar, aproximadamente 300 gramas de ouro; 3 televisores de plasma de 42 polegadas; um Fiat Uno Mile 2003; 45 impressoras que usam esse mesmo cartucho; 4 notebooks; 8 micros Intel com 256 MB. Ou seja, um verdadeiro assalto ao consumidor! Está indignado? Então, repasse essa notícia adiante, pois os fabricantes alegam que o povo não reclama de nada.

Abraços do professor Marconi Andrade

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