24 de março de 2011

Quem tem medo da Corja

Na década de 80 o rádio foi o grande diferencial na política itabirana. Através das ondas da “Itabira-AM” a família Menezes conseguiu colocar seu patrono no pódio da política. Luiz Menezes foi vereador, prefeito e algum tempo depois, deputado estadual. Na década de 90, durante o governo do ex-prefeito Olímpio Pires Guerra, o jornal passou a ter força e até a decidir eleições. Naquela época, um carioquinha importado de João Monlevade contratava alguns jornais para “detonar” os adversários do governo. A imprensa itabirana fazia chover, só não fazia milagres, principalmente quando “coordenadores” de governo manipulavam pesquisas de opinião pública para tirar proveito e ganhar status. Essa artimanha acabou derrubando um ex-coordenador de Governo do Li, que teve que juntar seus trapos e voltar para João Monlevade. Pois bem, tão logo cheguei á João Monlevade trazendo na bagagem o programa “Na Boca do Povo”, pude sentir na pele a força da rádio Cultura e do jornal A Notícia, controlados por um grupo batizado de “corja” por um pároco da cidade. Em pleno século XXI o povo, e principalmente a classe política tremia quando seus nomes eram citados na Cultura ou no A Notícia. Esses dois órgãos de comunicação mandavam e desmandavam na cidade. Eram os donos da verdade. Mas as coisas mudaram, e prá melhor, claro. O jornal A Notícia, depois que seu proprietário tentou se apoderar de um imóvel público, foi despejado, caiu no descrédito e anda mendigando assinaturas pelos quatro cantos da cidade para sobreviver. Virou motivo de chacota dos blogueiros da cidade. Hoje, o linha editorial do A Notícia é toda voltada para o governo Gustavo Prandini, ou seja, perdeu por completo a sua identidade. O mesmo está acontecendo com a rádio Cultura-AM, também usada para “fiscalizar” o governo Municipal e amedrontar alguns vereadores menos avisados. A pá de cal no prestígio da Cultura-AM foi constatada durante a votação e aprovação de um projeto do Prefeito Gustavo Prandini, cujo objetivo era a venda de algumas áreas do município. Tão logo o projeto foi lido na Câmara de Vereadores, alguns locutores da Cultura, dentre eles Carlos Moreira e Thiago Moreira, bateram pesado para que o projeto fosse reprovado. O Thiago Moreira chegou ao cúmulo do absurdo de ameaçar “detonar” os vereadores que votasse a favor do projeto. Ele chegou a convidar a população, através dos microfones da Cultura, para comparecer á câmara e pressionar os vereadores. A tática não deu certo. Primeiro, porque o locutor é muito fraco. Segundo, porque a Cultura já não é mais aquela. E terceiro, porque ninguém mais tem medo da “corja”. Parece óbvio, hoje pelo menos os mais esclarecidos sabem que o segredo não é mais a alma do negócio. Abastecidos em quantidade e qualidade a sociedade obtém da tecnologia contemporânea uma de suas mais expressivas contribuições: a informação! A política mudou. O povo está mudando! É preciso que alguns órgãos de comunicação também mude! Se o deputado Mauri Torres, dono da Cultura e Global, não mudar o seu conceito de fazer rádio, suas emissoras corre o risco de ter o mesmo fim do A Notícia. Quem avisa amigo é!

Um comentário:

  1. Zé Geraldo,
    O Márcio Passos disse que o Emerson Duarte não é cidadão porque paga IPVA em BH e agora especula que ele não tem habilitação. Falando em especulação e cidadania, ouvi dizer que o jornal dele está em nome as filhas e ele recebe apenas pro labore - embora seja dono - para pagar menos imposto de renda. Isso, se confirmado, não seria falta de cidadania? Afinal, os impostos servem justamente para que os governos promovem melhorias para a população. Gostaria que você averiguasse a veracidade da informação. Abraço!

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