11 de março de 2011

A culpa é do povo que votou no Prandini


O lenga-lenga envolvendo o “despejo” do jornal A Notícia e Gráfica Nina já está torrando o saco de todo mundo. Claro, a culpa é do povo que votou no Prandini, que entrou na Justiça, que pediu a reintegração de posse, que desalojou o jornal e a gráfica, que deu um prejuízo de R$ 400 mil, e que até hoje provoca choradeiras. Com tudo isso acontecendo, cheguei á conclusão de que o hábito de se fazer de vítima e de coitadinho é uma das piores coisas que uma pessoa pode fazer a ela mesma. A auto-piedade gera uma cegueira descomunal no ser humano. Quando isso acontece a pessoa praticamente se anula. Quando não conseguimos enxergar nossa própria sombra e damos um jeito de ficar colocando a culpa em várias outras coisas ou pessoas, perdemos a chance de enxergar em nós mesmos aquilo que estamos fazendo de errado, e ai perdemos também a chance de crescer e ser respeitado. O episódio da reintegração de posse do imóvel ocupado ilegalmente pelo jornal A Notícia e Gráfica Nina é um claro exemplo que não deve ser seguido por ninguém. O imóvel nunca pertenceu aos donos do jornal. A sua ocupação só foi possível por causa de conchavos políticos entre o ex-prefeito Carlos Moreira e seu marqueteiro Márcio Magno Passos. Querer atribuir os erros ao atual prefeito Gustavo Prandini é tentar se fazer de vítima perante a opinião pública. Até agora não vi nenhum ataque desses “chorões” ao representante do Ministério Público ou mesmo ao Carlos Moreira. Foi o ex-prefeito quem protagonizou todo esse drama ao presentear o amigo e marqueteiro político com um imóvel público. Foi o Ministério Público que exigiu a desocupação do terreno. Foi o juiz da Comarca quem expediu o mandado de reintegração de posse. Porque não brigar e jogar pedras na Justiça? Falar em prejuízo de R$ 400 mil, alguém que explorou uma área pública por vários anos sem pagar um centavo sequer de aluguel chega a ser irônico. Brigar, bater, espernear e tentar sensibilizar a opinião pública de nada adiantará. Quando se está fragilizado por alguma situação é preciso dar o primeiro passo, assumir que errou e começar uma nova caminhada sem procurar um culpado pelos erros do passado. É preciso deixar de lado a arrogância e calçar as sandálias da humildade e reconhecer as falhas que aconteceram no meio do caminho. Se eu quero um pacote de feijão, tenho antes que comprar. Se eu quero um televisor novo, tenho que comprar. Se eu quero um carro novo, eu tenho que comprar. Se eu quero um terreno bem localizado para montar meus negócios, eu não posso de maneira alguma me apropriar de um bem público e pensar que aquilo me pertence. Tudo é uma questão de coerência, mas pelo visto, é bem mais prático se fazer de vítima.


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