28 de dezembro de 2010

Traição em dose dupla

Durante todo o período eleitoral de 2000, o dono da rádio pirata, Liberdade-FM, Heitor Bragança Lemos fez campanha para eleger o seu funcionário Galvani Silva que tentava uma cadeira na Câmara de Vereadores de Itabira. Apesar de ecoar a sua voz de “taquara rachada” aos quatro cantos da cidade garantindo que Galvani Silva era o seu candidato, Bragança resolveu passar a perna no Paraíba há poucos meses das eleições municipais. Sem nenhum pudor ou respeito ao seu funcionário, o dono da Liberdade-FM, abriu os microfones e extravasou toda sua vaidade: “eu, Heitor Bragança sou candidato a vereador”. Naquele ano, além de não ser eleito Heitor Bragança também perdeu o amigo fiel Galvani Silva. Sentindo-se o todo poderoso após puxar o tapete do Galvani Silva, o dono da Liberdade-FM procurou se aproximar ainda mais do então deputado federal Olímpio Pires Guerra, o Li, que gozava de enorme prestígio entre os itabiranos. Inúmeras vezes o Li era convidado e comparecia aos estúdios da emissora pirata para falar de seu desempenho na Câmara dos Deputados, em Brasília. Além de dar ênfase aos trabalhos do deputado, o dono da rádio pirata fazia questão de afirmar “ser amigo do Li para o que der e vier”. Naquela época, Bragança já havia dado entrada com a papelada para tentar legalizar sua rádio pirata no Ministério das Comunicações. Toda a documentação que visava um canal COMUNITÁRIO, é bom que fique claro, passou pelas mãos do deputado Li que não mediu esforços para realizar o sonho do Heitor. No ano de 2002, após já ter conseguido para Itabira uma emissora de TV, a Cultura, o deputado foi informado que estava para ser liberado um canal de rádio EDUCATIVA, diferente da que o Heitor Bragança pleiteava. O então superintendente da Fundação Cultural de Itabira, Cléber Camargo, tentou atravessar o processo e conseguir a rádio sem o aval do deputado. Alertado sobre a manobra, o deputado Li foi orientado a criar uma fundação para garantir a rádio. Nasceu então a “Fundação Serro Azul” formada pela esposa e amigos de confiança do deputado, dentre eles, o respeitadíssimo Silvério Bragança. Tão logo o ministro das Comunicações Miro Teixeira publicou a concessão da nova emissora, o mundo caiu sobre o deputado. Começava ali a doença que mais tarde matou o deputado. Mesmo sabendo que o canal de rádio liberado para o deputado não tinha nada a ver com o seu, Heitor Bragança colocou a sua rádio pirata para atacar o deputado 24 horas. Além do deputado Li, o então prefeito Ronaldo Magalhães e o vice João Izael passaram a ser inimigos mortais do dono da rádio Pirata. Mesmo recebendo polpudas verbas da prefeitura, Bragança atacava impiedosamente o governo, chegando a achincalhar o vice-prefeito João Izael ao chamá-lo de “João do Poste”. (João Izael era candidato a deputado estadual naquele ano, e o Heitor Bragança mandou seus funcionários pichar todos os cartazes do João espalhados pela cidade. Nos microfones o Heitor zombava do candidato chamando-o de João do poste). Na próxima postagem você vai conhecer o teor da última conversa entre o deputado e o dono da rádio pirata.   

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